As Metodologias Ágeis nasceram da necessidade do mercado de dinamizar os seus processos para criar soluções de valor para os clientes. A Metodologia Ágil coloca o utilizador no centro do processo de desenvolvimento, permitindo a criação de soluções mais assertivas.

1. O que são Metodologias Ágeis?

As Metodologias Ágeis são um modelo de gestão de projetos com raízes na área de Tecnologia da Informação e criado com base na insatisfação de uma série de programadores com a dificuldade em lidar com os modelos de gestão tradicionais. O Ágil está associado ao mindset produtivo e é centrado na segmentação do escopo das tarefas para antecipar entregas, gerando uma perceção de valor mais rápida ao cliente.

A mecânica da aplicação do ágil consiste na inserção do cliente na equipa para que haja o alinhamento das expetativas em relação às entregas desde o início. Para isso, a agilidade consiste na quebra de tarefas complexas em vários checkpoints. Dessa forma, é possível entregar porções funcionais de itens de valor de forma constante, reduzindo, por exemplo, o tempo de espera do cliente pela utilização de um benefício.

Sendo assim, a capacidade de adaptação do ágil faz de sua implementação ideal em cenários de incerteza, como projetos desenvolvidos com novas tecnologias ou mudanças de direção constantes.

2. Modelo Cascata x Modelo Ágil

O Modelo Cascata é um framework clássico dos processos de gestão em projetos de software. O modelo foi largamente difundido nas décadas passadas e tornou-se muito popular nas grandes corporações.

As fases de desenvolvimento do modelo Waterfall, como é conhecido mundialmente, são análise de requisitos, projeto, implementação, testes, integração e manutenção. O modelo é rígido e baseia-se em atividades padronizadas e sequenciais. Uma etapa deve acontecer sistematicamente após a outra, sem escopo de trabalho paralelo.

Apesar de ainda ser bastante utilizado quando o projeto apresenta baixo risco de entrega e requisitos bem definidos, sem possibilidade de flutuação de escopo, o modelo em Cascata já não é dinâmico o suficiente para atender a maioria das exigências do mercado atual.

Por isso, os métodos em Cascata têm sido gradualmente substituídos por metodologias modernas, como o ágil, que obtêm feedback dos clientes on time e produzem ciclos de validação ao final de cada etapa.

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3. Metodologias Ágeis nas empresas

Ainda que os métodos tradicionais de gestão de projeto ainda tenham a sua utilidade, a adoção do mindset ágil é um movimento cada vez mais frequente. Empresas como a Coca-Cola, o BNP Paribas, e a Delta, entre outras, estão em um processo de plena transformação para incorporar a agilidade no dia a dia de trabalho.

O ponto-chave da escolha da adoção das metodologias ágeis pelas empresas é o aumento de produtividade e performance das equipes. A agilidade traduz-se em maior flexibilidade operacional e vantagem competitiva. O resultado é uma dinâmica similar à que ocorre nas startups.

Entre as conquistas ou vantagens promovidas pelo ágil estão a diminuição da burocracia e da microgestão dos projetos, a adaptação rápida às mudanças de direção, a redução de tempo de go-to-market de uma funcionalidade, produto ou serviço, além da eliminação do desperdício através de ciclos frequentes de testes e validação.

Entretanto, a mudança do modelo de trabalho tradicional das corporações para o mindset ágil não é uma transformação simples e representa uma quebra de paradigma em quase toda a organização. A sua adoção exige um período de aculturação dos funcionários, sendo o processo comumente realizado através de aplicações pontuais e incrementadas.

Para ajudar neste processo de adaptação, uma boa alternativa é a utilização do ágil não apenas nas equipas, a nível operacional, mas também a um nível mais estrutural, inserindo-o no modelo de gestão corporativa.

Gestão Empresarial x Gestão Ágil

A gestão é o epicentro do funcionamento das empresas. É a área que regula as políticas e estratégias a serem implementadas, define responsabilidades e garante a implementação de processos. A sua função é avaliar, monitorizar e direcionar, através de estratégias definidas, a gestão de toda a empresa.

Neste cenário, o termo Gestão Ágil é uma abordagem que combina as atribuições da Gestão Empresarial com as premissas da mentalidade ágil. Esta combinação convida-nos a adaptarmo-nos antecipadamente aos desafios empresariais.

As empresas que enfrentam constantes mudanças nas suas orientações estratégicas são as mais propícias a adotar um cenário de Gestão Ágil, utilizado para responder de forma mais assertiva e antecipada às exigências que surgem.

Os conceitos de Gestão e Agilidade podem parecer contraditórios. A Gestão centra-se nos controlos e nas responsabilidades, enquanto que a Ágil cuida dos ensaios. Mas a união de ambas as abordagens faz todo o sentido quando se compreende a importância da construção de um modelo de Gestão Ágil. Alguns dos seus pontos são:

Escalar agilidade

É preciso conectar departamentos e pessoas, num mesmo modelo de processo para ter os métodos ágeis a funcionar sincronizados em todos os níveis e departamentos de uma empresa.

Aproximação com os colaboradores

Administração disposta a entender, debater e fornecer métricas efetivas sobre os indicadores de gestão ágil de projetos, valor agregado ao negócio, qualidade de software, documentação e gestão do conhecimento para melhoria contínua.

Métricas ágeis

É preciso definir e analisar diferentes KPIs para basear decisões estratégicas. As métricas ágeis fornecem dados estratégicos para que as organizações aprovem as suas decisões.

Framework ágil

O MAnGve (pronuncia-se mangue) é composto por boas práticas em métodos ágeis direcionadas à área de gestão corporativa. O modelo é um conjunto de analogias acerca de desenvolvimento sustentável e a sua proposta é permitir a implementação e desenvolvimento da gestão das empresas, suprindo ou minimizando carências dos demais modelos.

Princípios da gestão ágil

– Boa gestão

– Foco no ser humano

– Orientada para os negócios

– Baseada em soluções ágeis

– Abordagem sistemática e adaptiva

– Design simples

– Melhoria contínua

4. Marketing

O termo Agile Marketing é a junção do conceito de Agile aplicado ao cenário das equipas de Marketing. Diante da necessidade de gerir ações de forma dinâmica frente ao surgimento de novas tecnologias digitais e as mudanças que provocam em diferentes setores, o modelo tradicional de estratégias de Marketing tem vindo a ser refinado

O Marketing Ágil surgiu como uma abordagem de alto retorno. Alguns dos aspetos mais facilmente mensuráveis da implementação do Ágil em contextos de marketing são a maior velocidade de go-to-market, maior engajamento, produtividade e motivação das equipas, além do aumento na qualidade das entregas.

É comum a adoção de frameworks ágeis, como o Scrum e o Kanban, no cenário do Agile Marketing. A estrutura bem definida do Scrum na gestão de projetos pode ser um ótimo ponto de partida para iniciar a mudança das equipas para um mindset autogestionável.

Por outro lado, o Kanban é mais simples, mas atribui mais flexibilidade e adaptabilidade em cenários sem escopo pré-definido.

A combinação entre o Scrum e o Kanban é conhecida em cenários ágeis por ser fortemente orientada a entregas e resultados. A união é ideal para implementar as propostas de valor do Marketing Ágil na sua totalidade.

5. Recursos Humanos

O termo Agile deixou de ser utilizado apenas na área de Tecnologia. Hoje, os Métodos Ágeis estão a transformar a forma como as empresas contratam, desenvolvem e fazem a gestão dos seus colaboradores.

Num futuro relativamente próximo, muitas tarefas desempenhadas pelo setor de Recursos Humanos (RH) serão superadas. Mas o que vem depois?

O Agile RH chegou para reformular os RH, auxiliando na criação de uma organização mais resiliente. A metodologia consiste no distanciamento da abordagem baseada em regras e planeamento, na procura de um modelo mais simples e produtivo, guiado por resultados.

Desafios de implantação do RH Ágil

Uma vez que os RH afetam todos os aspetos de uma organização, a transformação pode ser ainda mais complexa do que as alterações em outras áreas.

Os RH tradicionais concentram-se nos indivíduos, nos seus objetivos, desempenhos e necessidades. E, num momento em que as empresas organizam o seu escopo de trabalho em projetos, os sistemas de gestão estão cada vez mais focados em recrutar talentos para as suas equipas..

Manifesto Ágil para RH

As diretrizes abaixo fazem parte do Manifesto Agile RH, criado com o objetivo de descobrir formas mais assertivas de desenvolver a cultura organizacional.

6. Comercial e Vendas

Em um cenário dinâmico, em que os clientes adquiriram novas perspetivas e desejos, a área corporativa precisa de estar constantemente a reinventar-se. Hoje, a maioria dos clientes não têm paciência para participar em processos de vendas rígidos e tradicionais.

Adotar a agilidade no âmbito comercial significa flexibilizar o modelo de trabalho para antecipar as necessidades do cliente e oferecer experiências de alto valor. Ao identificar essa necessidade nos departamentos comercial e vendas, nasce o Agile Sales.

A partir de elementos já experimentados e de eficácia comprovada em contextos de T.I., como sprints de desenvolvimento, reuniões de status e comunicação aberta, o Agile Sales tornou-se um importante aliado das empresas.

Mindset ágil para equipas comerciais

A cultura de bonificação por metas alcançadas torna comum a ocorrência de rotinas de trabalho individualizadas na área comercial. No entanto, o modelo Ágil tem como premissa básica a multidisciplinaridade: quanto mais especialidades tiver a equipa, mais funcional e propícia a atingir objetivos ela será.

Desta forma, o método estimula boas práticas, como o trabalho em equipa, para alcançar os objetivos do setorcaracterística fundamental das equipas ágeis.

Modelo Ágil de Vendas

A partir das metas definidas na área comercial, é possível tomar como base, por exemplo, o framework Scrum e dividir o Product Backlog (lista de tarefas). A partir dessa divisão, é criado o Sprint Backlog, uma lista das atividades a serem trabalhadas em cada sprint com base no tempo definido para sua execução. O período ideal de duração das sprints deve ser proporcional às metas definidas.

Entretanto, vale a pena frisar que estipular períodos curtos para realizar entregas nem sempre estará alinhado com a realidade dos departamentos comerciais. Por vezes, o tempo de vida de uma negociação ultrapassa os 15 dias recomendados pelo Scrum para a duração de sprints. Portanto, a janela de tempo para a realização das tarefas na área comercial devem ser mais flexíveis.

As práticas de Agile Sales promovem mudanças significativas nas empresas, conferindo maior flexibilidade, escalabilidade, comunicação e produtividade aos departamentos comercial e de vendas. Em um curto espaço de tempo, é possível rever e adaptar o modelo de funcionamento de todo o departamento às necessidades dos clientes.

7. Metodologias Ágeis: porque são importantes para a sua empresa?

O mundo vive a Era da Transformação Digital. E este conceito vai muito além da automatização de processos. Recentemente, o surgimento de startups com modelos de negócio completamente novos provocou uma revolução no mercado capaz de modificar comportamentos dos consumidores num piscar de olhos. E isso trouxe consigo, como consequência, uma mudança drástica em toda a lógica dos negócios.

A evolução tecnológica causou um alvoroço no mundo corporativo. Atualmente há empresas a criar negócios multimilionários em setores como hotelaria e transportes sem possuírem hotéis ou veículos próprios. E isso tem causado consequências desastrosas às empresas que não conseguem entender as necessidades dos seus clientes e adaptar-se a este cenário.

Dessa forma, projetar soluções alinhadas às necessidades dos clientes de forma assertiva é o atual grande desafio das grandes organizações – e também de pequenas e médias empresas, cujos modelos de gestão são incapazes de prever essas alterações no mercado. Ou melhor, incapazes de fornecer orientação para mudar.

Nesta corrida pela liderança do mercado – e algumas vezes pela sobrevivência – métodos e práticas inovadoras deixaram de ser um luxo e passaram a ser uma necessidade no dia a dia operacional. Por isso, muitas empresas estão a adotar a metodologia ágil.

A criação do mindset ágil não fornece apenas melhoria nos processos, mas uma nova diretriz estratégica para toda a organização, caso seja escalado de forma sustentável e convergente, das equipas de desenvolvimento ao nível de gestão e vice-e-versa.

Alguns dos benefícios práticos da implementação das metodologias ágeis são:

Para as equipas

  • Mais disciplina, regularidade e autonomia nas equipas;
  • Monitorização constante para minimizar os desperdícios e criar ciclos de melhoria;
  • Gestão horizontal e responsabilidade compartilhada;
  • Valorização do lado humano do projeto.

Para os clientes

  • Redução dos riscos e adaptação diante das surpresas e mudanças;
  • Tangibilização de aspetos do resultado final desde a primeira semana;
  • Transparência e visibilidade do status do projeto;
  • Flexibilidade para mudanças de requisitos;
  • Entregas de valor constantes.

A visibilidade sobre o comprometimento e a melhoria na comunicação durante o processo;

Antecipação dos problemas e maior agilidade na tomada de ações.

8. O Manifesto Ágil/ Modern Agile

A utilização do termo “ágil” tem origem no Manifesto Ágil, criado por um grupo de programadores incomodados com as falhas que ocorriam durante a gestão de projetos de desenvolvimento de software. Dessa reunião surgiu o Manifesto Ágil, que descreve quatro valores importantes no processo moderno de gestão de projetos:

  • Indivíduos e interações mais do que processos e ferramentas;
  • Software em funcionamento mais do que documentação abrangente;
  • Colaboração com o cliente mais do que negociação de contratos;
  • Responder a mudanças mais do que seguir um plano;

Contudo, com a crescente adoção do Ágil, têm surgido novas interpretações dos seus princípios e práticas, como o Modern Agile. Segundo o seu criador, Joshua Kerievsky, essa redefinição surgiu como uma versão ultra-leve do Manifesto Ágil, cujas diretrizes muitas vezes não conseguiam desvencilhar-se das estruturas burocráticas do mundo corporativo.

O Modern Agile não fala explicitamente sobre desenvolvimento e possui uma visão mais abrangente, incorporando os seus próprios princípios aos pilares e à cultura empresariais.

 

Ver as definições dos novos valores do Ágil:

Make people awesome

Este valor mostra como podemos tornar as pessoas incríveis no seu trabalho. Através da criação de um ecossistema onde se sintam empoderadas e que leve em consideração o contexto no qual os colaboradores estão envolvidos, as suas dores e aspirações, é possível criar um ambiente que potencie o desenvolvimento de todo seu potencial.

Make Safety a Prerequisite

A segurança é um pré-requisito para desbloquear o alto desempenho. Estabelecer parâmetros elevados na segurança significa proteger ativamente os maiores ativos, não só dos clientes como dos colaboradores: o tempo, a reputação, a saúde financeira e o relacionamento com as pessoas.

Deliver Value Continuously

Tudo o que não é entregue, é desperdiçado. Então, como é que um trabalho valioso pode ser entregue de forma mais rápida? Produzir valor de maneira contínua exige que grandes quantidades de trabalho sejam divididas em partes mais pequenas, ainda relevantes, a serem entregues de maneira imediata e não posteriormente.

Experiment & Learn Rapidly

Aprendizagem. Não é possível empoderar pessoas para serem o seu melhor ou tornar a segurança um pilar se não houver espaço para aprender. No Ágil, aprende-se através da  experimentação, por isso os projetos possuem uma margem “segura para falhar”. Quando não há esse tempo, a melhoria do valor no desenvolvimento é menor.

9. Frameworks ágeis: o que são e quais os mais utilizados?

Os Frameworks Ágeis são métodos que podem e devem ser utilizados como referência para adotar a agilidade. Através deles é possível vivenciar o mindset ágil na prática.

A adoção dessas estruturas torna os processos corporativos mais dinâmicos, escalonando os valores e a produtividade dos negócios. Conhecer cada um deles e combiná-los com outras abordagens específicas, permite extrair o melhor de cada solução.

A seguir serão apresentados alguns dos frameworks ágeis mais conhecidos e disseminados nos mais diversos contextos de negócio, o Scrum, o Kanban, o Extreme Programming (XP), o Lean e o SAfe

O que é Scrum?

O Scrum baseia-se no princípio da objetividade, em papéis bem definidos e na facilidade de aprendizagem. Utiliza por princípio a iteração, abordagem não-linear que dá visibilidade aos problemas e serve como guia para a equipa. As suas práticas auxiliam a equipa a gerir tarefas e medir o tempo e esforço necessários para a sua execução.

Este framework valoriza as interações entre equipas e clientes, bem como a rápida resposta e a absorção das mudanças identificadas como necessárias ao longo do processo. O resultado previsto é o aumento da performance dos projetos e a criação de alto valor para clientes e negócios a partir de resultados concretos.

Princípios do Scrum

Os principais pilares do Scrum são: transparência, inspeção e adaptação. O seu principal objetivo é permitir que os atores envolvidos no processo trabalhem de forma colaborativa, acompanhando o andamento das exigências e decidindo as melhores formas de adaptação. O modelo propõe uma abordagem orientada a resultados, através da otimização da produtividade, melhoria contínua e qualidade das entregas.

Transparência

Todas as informações e atividades realizadas pela equipa de desenvolvimento e que impactam o resultado do processo devem ser conhecidas, inteligíveis e estar disponíveis para toda a equipa.

Inspeção

As atividades, chamadas de artefatos do Scrum, são monitorizadas, priorizadas e avaliadas periodicamente em reuniões diárias. Esse processo permite atestar a qualidade e o tempo de desenvolvimento, além de corrigir rapidamente possíveis desvios e absorver as modificações necessárias.

Adaptação

Após a inspeção, caso sejam detetadas variações fora do escopo de entrega definido, é preciso ter agilidade para refinar o produto, ajustando a entrega para que qualquer resquício de problema seja eliminado. Durante o decorrer do projeto são realizadas reuniões de feedback para avaliar os pontos mutáveis e o caminho a ser seguido em novos sprints, o que garante melhor priorização e diminuição desses gaps.

A implementação do Scrum requer três papéis essenciais:

Dev Team (DT)

Grupo multifuncional ou equipa responsável por analisar, desenvolver, implementar e testar o produto/serviço.

Scrum Master (SM)

Membro da equipa de desenvolvimento responsável por monitorizar os processos ou atividades da equipa, controlar prazos, remover possíveis impedimentos e garantir os ritos.

Product Owner (PO)

Membro da equipa responsável pelo projeto que responde pelo negócio e representa os interesses dos clientes/stakeholders.

O que é Kanban?

O Kanban é uma palavra japonesa que significa “registo ou placa visível”. A ferramenta tem origem no sistema de produção toyotista e foi projetada para gerar uma visão completa do fluxo de tarefas realizadas nas linhas de montagem.

Atualmente, é frequentemente utilizada no mundo corporativo para dividir tarefas entre os membros das equipas e conferir visibilidade acerca do escopo e dos responsáveis pela sua realização. A organização é feita geralmente através de post-its em colunas, obedecendo uma ordem de tarefas “a realizar” (to do), “em andamento” (WIP – work in progress) e “já realizada“ (done).

Utilizar o kanban é uma ótima maneira de identificar gargalos e desperdícios, permitindo uma forte assimilação de informações pela equipa. Com a sua gestão sempre às claras, a comunicação e integração aumentam, garantindo maior eficiência nos processos

Princípios do Kanban

Gestão à vista

As fases de produção do produto ou serviço são identificadas de forma clara.

Desenvolvimento Adaptativo

O processo de priorização das entregas dá-se segundo o critério de valor: em primeiro lugar, entrega-se o que tem maior valor para o cliente.

Estágios de trabalho

O processo de produção pode ser mensurado e controlado, possibilitando um ciclo de melhoria contínua.

O Kanban é um método altamente aplicável também no apoio à contratação de funcionários por empresas de RH, na gestão financeira dos segmentos de uma empresa, na potencialização de estratégias de Marketing, na otimização de processos de IT e no aumento da produção em indústrias

O que é Feature Development Driven (FDD)?

O FDD é um framework orientado à construção de funcionalidades complexas de um sistema. Como o seu nome indica, desde o planeamento à construção das features, os entregáveis são agrupados por similaridades e dependências técnicas.

O Feature Development Driven é uma técnica de gestão iterativa, incremental e simples de projetos. É indicado mais especificamente para times de desenvolvimento e codificação e seu objetivo é produzir resultados frequentes, tangíveis e funcionais.

Princípios do Feature Development Driven

A metodologia do FF é relativamente fácil de ser assimilada pelos programadores. Para trabalhar dentro dos seus conceitos, é preciso seguir cinco passos:

Desenvolvimento de um modelo abrangente

É necessário realizar uma análise orientada por objeto para adquirir a compreensão do domínio do projeto. Pode envolver, por exemplo, a definição dos requisitos, análise orientada por objetos e modelação lógica dos dados.

Construção de uma lista de funcionalidades

Este é o momento de definição de todas as funcionalidades que serão construídas durante o projeto. Realiza-se uma decomposição funcional, priorizando o desenvolvimento de forma hierárquica a partir da melhor composição para o produto.

Planeamento por funcionalidade

Neste passo, é criado um plano de desenvolvimento voltado para uma funcionalidade específica, sempre seguindo a ordem de priorização. A equipa deve criar pacotes de trabalho e estimar estes pontos, de acordo com a complexidade prevista. O objetivo é criar um planeamento de entregas melhorado.

Produção de esquemas detalhados

A equipa deve definir pontos a serem feitos e testados em nível técnico (código). O resultado prático desta etapa é a produção de um desenho orientado ao objeto. Ou seja, deve ser criado um esquema da funcionalidade com toda a estrutura definida e pronta para ser de facto desenvolvida.

Construção por funcionalidade

Após planejar o produto, é preciso definir critérios de aceitação. É neste momento que o time desenvolve a funcionalidade planejada e a incrementa com uma função com potencial de utilização para o utilizador/cliente através de testes orientados.

O que é Extreme Programming (XP)?

O Extreme Programming, ou simplesmente XP, é um framework ágil com foco no escopo do desenvolvimento. A metodologia leva ao extremo num conjunto de práticas como testar, rever, integrar, simplificar e iterar rapidamente para acompanhar de forma constante o desenvolvimento do projeto. O XP é recomendado para equipas que precisam de trabalhar em cima de requisitos vagos e mudanças de direção constantes.

O XP incentiva o controlo da qualidade como a principal variável do projeto e não se deve esperar que o programador abra mão da qualidade em prol de outras variáveis. Por isso, a  equipa e o cliente devem estar em sintonia para que os feedbacks sejam mais assertivos.

Durante o projeto de desenvolvimento, é altamente recomendável a priorização junto ao cliente das funcionalidades que representam maior valor possível para o negócio. Dessa forma, é possível garantir eficiência ao antecipar mudanças para reduzir custos. Caso seja realmente necessário a diminuição de escopo, as funcionalidades menos valiosas serão adiadas ou canceladas.

Princípios do Extreme Programming (XP)

O Extreme Programming é uma ferramenta de real valor no desenvolvimento de projetos que exigem mudanças rápidas de direção. E para que a produção seja otimizada e funcione sem dificuldades, o XP possui ainda uma série de princípios. São eles:

Comunicação

Os elementos base da comunicação são clareza e confiança. Por isso, as decisões no Extreme Programming são tomadas como resultado da conversa pessoal entre a equipa de trabalho e cliente, eliminando documentação desnecessária. Algumas das técnicas mais eficientes para troca de ideias e priorização de tarefas no XP são histórias de utilizadores, clientes on-site (CCC), programação em pares e planning poker.

Simplicidade

Desenvolver o que somente será utilizado, descartando comandos complexos;

Feedback

Também muito utilizado nas cerimônias do Scrum (daily, retrospective e review), o feedback é um precursor no Extreme Programming, garantindo através de testes como iterações curtas, melhorias e releases, o funcionamento pleno do produto desenvolvido e o atendimento do prazo.

Coragem

O cliente sempre deve estar ciente das barreiras de desenvolvimento, dos pontos positivos e da necessidade de mudanças no projeto. Por isso, é fundamental ter a coragem para ser totalmente transparente sobre os problemas que podem surgir.

Coach

No XP, é fundamental que haja alguém formalmente responsável por garantir que a equipa siga, na prática, os princípios da metodologia. No Extreme Programming, o coach auxilia na implementação e na fluidez do framework, monitorizando todos os processos.

O que é Scaled Agile Framework (SAFe)?

O Scaled Agile Framework (SAFe) foi uma proposta criada para transcender as equipas de desenvolvimento e escalar o Ágil a um nível organizacional. Diferente do Scrum e do Extreme Programming (XP), que são para equipas, o SAFe é destinado à gestão de negócios como um todo.

A metodologia é bem documentada, fornecendo um panorama completo dos princípios de negócios e técnicos a serem utilizados para escalar a empresa de cima a baixo, indo ao encontro da evolução bottom-up das equipas. Desta forma, o SAFe ajudou a expandir o mercado das metodologias ágeis, permitindo que os conceitos Lean e Scrum penetrassem em toda a estrutura das organizações.

O SAFe tem como base o Scrum e o Extreme Programming, e preza pela experimentação. Para obter sucesso no desafio que é de transformar uma empresa em ágil, a abordagem consiste em testar as práticas que fizeram sentido nas equipas e adotá-las, ou não, num nível gerencial de acordo com a receptividade. Não é errado dizer que, por beber de tantas fontes, o SAFe absorve o que melhor funciona no Ágil.

Princípios do SAFe

O Scaled Agile Framework possui três níveis de implementação:

  • Equipa: que fornece um modelo de processo baseado em Scrum e XP para as equipas;
  • Programa, no qual os esforços das equipas que já rodam o Ágil com consistência são integradas para gerar maior valor para a empresa;

Portfólio, o objetivo final da implantação do SAFe, em que a empresa atinge um grau de maturidade Ágil e todas as iniciativas estão alinhadas com a estratégia de negócios e intenções de investimento.

O que é PDCA?

O PDCA é um acrónimo em inglês das palavras plan, do, check e act. A sigla define um método iterativo cíclico de controlo e refinamento de processos em produtos e serviços.

Muito conhecida também no contexto de produção simples (Lean Model), o PDCA é utilizado para planear mudanças, colocá-las em prática, verificar o efeito das soluções e implementá-las. Caso o efeito das soluções esteja abaixo do esperado, é comum refazer o processo para refinar as ações tomadas. O objetivo é promover um ciclo de melhoria contínua.

É uma ferramenta baseada na repetição, aplicada sucessivamente nos processos, procurando a melhoria de forma continuada para garantir o alcance das metas necessárias à sobrevivência de uma organização. Pode ser utilizada em qualquer ramo de atividade, para alcançar um nível de gestão melhor a cada dia. O seu principal objetivo é tornar os processos da gestão de uma empresa mais ágeis, claros e objetivos.

Princípios do PDCA

Os princípios que regem o ciclo virtuoso do PDCA são, naturalmente, o planeamento, a execução, a verificação e as ações de refinamento.

Planeamento

São estabelecidas a missão, as ferramentas, os objetivos e os processos necessários para atingir o resultado esperado.

Execução

Momento de implementação das atividades. Muitas vezes, inclui mapeamento de dados para análise nos próximos passos.

Verificação

Monitorização e validação dos processos realizados para se atingir o objetivo.

Ação

Agir conforme validação e, caso necessário, determinar novas melhorias para corrigir falhas e melhorar a qualidade do produto.

Os frameworks proporcionam fluidez no desenvolvimento de um projeto, com base em organização, planeamento, transparência e entregas melhoradas. É importante analisar os benefícios e características de cada um para entender qual ou quais melhor se adequam às necessidades de cada projeto ou negócio.

É necessário também que a rotina e o bem-estar da equipa estejam em harmonia para que os processos corram bem e os princípios de cada framework sejam aproveitados na sua plenitude. Tudo pode ser adaptado, desde que os pilares que regem o mindset ágil e cada framework, especificamente, sejam respeitados.

O que é Lean Startup?

A tendência atual no mundo corporativo é deixar de lado planeamentos demorados e processos burocráticos para focar no que é imprescindível ao negócio. Empresas que adotam a postura de inserir o cliente no centro do seu processo criativo têm alcançado níveis de diferenciação competitiva que influenciam toda a indústria.

Lean significa simples. Ou seja, na sua essência, o modelo Lean tem como objetivo entender, identificar e eliminar desperdícios para criar um ciclo de desenvolvimento simples, mensurável e contínuo. O framework oferece oportunidades de melhoria para diversas áreas, impactando substancial e positivamente a equação dos negócios.

A filosofia Lean foi disseminada a partir da década de 70 com a atuação da Toyota na indústria automóvel. O modelo ressignificou conceitos como produtividade, qualidade e otimização de tempo e custos no desenvolvimento da indústria. Com o seu foco na produção, atualmente o Lean orienta o desenvolvimento de negócios em diversos setores.

Inspirado nesta ideia, o americano Eric Ries cunhou o termo Lean Startup para representar uma metodologia de negócios que elimina o desperdício e aumenta a produção de valor. Através da criação de protótipos (Produto Mínimo Viável), é possível validar funcionalidades, produtos ou serviços com os clientes, identificando oportunidades de mercado e intensificando a produção ou redirecionando os esforços de desenvolvimento.

Princípios do Lean Startup 

A metodologia Lean Startup permite responder de forma mais ágil às mudanças, característica proveniente da experimentação dos protótipos e dos feedbacks constantes dos clientes. Para obter os benefícios do Lean e implementar as técnicas, é necessário ter em mente seus três pilares:

Customer Development

É o processo contínuo de interação com o consumidor para testar e validar as suas hipóteses sobre clientes, produto e mercado através de pesquisas quantitativas e qualitativas. Ou seja, para descobrir o conceito de valor do produto é preciso deixar o poder de definição nas mãos do cliente. E a melhor forma de fazer isso é perguntar quais são suas exigências e, a partir disso, desenvolver o produto ou serviço.

Desenvolvimento Ágil

Aplicação de metodologias com foco no indivíduo e capazes de responder rapidamente às mudanças, como XP e Scrum.

Plataforma tecnológica de baixo custo

A redução de custos e desperdícios é uma constante no Lean. E para otimizar esse conceito, é indicada a utilização de ferramentas gratuitas (como WordPress, Basecamp, Ruby on Rails, Trello, EC2 etc) que podem ajudar a criar uma boa estrutura de tecnologia da informação, a baixo custo.

O método Lean Startup é conhecido por três grandes benefícios. O primeiro deles é a possibilidade de controlar totalmente o seu negócio através da criação de novos modelos de negócios e produtos sem a necessidade de um investidor.

Em segundo lugar, é a possibilidade de modificação dos projetos de forma ágil quando há a perceção de que as suposições iniciais são incorretas ou ineficientes. Ao realizar entregas antecipadas e frequentes, o empreendedor pode identificar problemas e promover ajustes.

O terceiro benefício significativo do Lean Startup é o incremento nas margens de lucro através do foco na redução drástica dos custos iniciais de desenvolvimento de um novo produto ou serviço.

User Experience e Lean UX

A experiência do utilizador, também conhecida por user experience (UX), pode ser definida como a sensação que os utilizadores de produtos ou serviços sentem no momento da interação em relação à facilidade de utilização (usabilidade) e/ou à fluidez de navegação pela interface, como plataformas e ecrãs, em caso de produtos digitais.

A usabilidade é, por definição, um atributo de qualidade da interface do utilizador, cobrindo questões como a facilidade de aprendizagem do uso de um sistema, a eficiência de utilização, a experiência agradável, e assim por diante. Entretanto, a experiência do utilizador é um conceito ainda mais amplo e contempla tudo que está relacionado com a forma como os utilizadores interagem com os produtos.

Lean UX

O Lean UX é uma técnica extremamente útil em projetos ágeis. As técnicas de user experience tradicionais muitas vezes não funcionam quando o desenvolvimento é realizado muito rapidamente, pois não há tempo suficiente para focar na questão.

Basicamente, o Lean UX está mais focado na experiência do projeto e menos em resultados em relação ao user experience tradicional. Ele exige um nível maior de colaboração com toda a equipa e o seu objetivo central é a obtenção de feedback o mais cedo possível para tomadas de decisões rápidas.

O Lean UX é uma metodologia extremamente útil para integrar a experiência do utilizador ao desenvolvimento.

Lean Startup + UX + Design Thinking

Mesmo ao olharmos superficialmente para as metodologias ágeis, é possível identificar vários pontos de convergência. Lean UX, por exemplo, naturalmente possui uma influência muito forte do Lean Startup. E claro, essa integração não é diferente quando unimos o desenvolvimento ágil com a experiência do utilizador e outras metodologias com foco em humanizar projetos, como o Design Thinking.

Ágil

Como no desenvolvimento ágil a ideia é entregar funcionalidades o mais rápido possível, os quatro princípios do que chamamos de desenvolvimento ágil também são assimilados na metodologia do Lean UX. São eles:

  • Indivíduos e interações antes de processos e ferramentas;
  • Software que funciona acima de documentação extensa;
  • Colaboração com clientes supera negociação de contratos;
  • Resposta a mudanças acima de seguir um planeamento.

Design Thinking

No Design Thinking, todo o aspecto de negócio pode ser abordado com métodos de design. Isso dá aos Design Thinkers a liberdade de atuação de uma forma muito mais ampla ao abordar um determinado problema.

O Design Thinking encoraja os times a colaborarem entre diferentes papéis e considerarem o produto de design sob uma perspectiva holística. Ou seja, todas as áreas têm o entendimento de tudo que faz sentido no projeto: os programadores entendem as exigências de design e marketing e vice-versa. Assim, todos trabalham de forma mais sinérgica para a criação da mesma solução.

Além disso, a abordagem do projeto é focada em soluções de forma iterativa, característica compartilhada entre Design Thinking, Ágil e Lean UX. A ideia é entregar pequenos pacotes de valor de forma constante e seguir refinando a solução até que ela se torne consistente.

10. Ferramentas de Planeamento Ágil

sabe que o Scrum é um framework para gerir projetos a partir de todo o tipo de exigências. Mas sabe quais são as ferramentas e procedimentos que ajudam a planear os sprints das equipas ágeis?

Confira algumas das ferramentas do Planejamento Ágil:

Product Backlog

O Product Backlog é a coleção de todas as user stories de um projeto e é utilizado para definir o escopo das necessidades do mesmo, quebrá-las em tarefas e direcioná-las aos responsáveis pelo desenvolvimento. A palavra-chave é detalhe. Por isso, o product backlog deve conter todas as histórias a serem implementadas de forma priorizada e dimensionada.

À medida que o projeto se desenrola, os itens contidos no backlog devem ser refinados com cada vez mais detalhes. Ou seja, os itens que devem ser entregues antes, devem possuir um nível de detalhe mais alto em relação aos de entrega à posteriori.

O Product Backlog deve ser preenchido com algumas informações, entre elas:

  • Identificador único presente em cada story card;
  • Nome de cada story card;
  • Produtos resultantes de cada história (ex.: wireframe);
  • Prioridade da história (definida pelo Product Owner);
  • User story points: o esforço estimado para cada história;
  • Sprint: em qual sprint será realizada a tarefa.

Story Card

Story cards são pequenos cartões com especificações sobre a ação a ser realizada, o profissional responsável e a funcionalidade desejada. Os cards devem ser descritos de forma colaborativa por toda a equipa, a partir da priorização feita pelo Product Owner (P.O).

As histórias devem ser curtas, simples e claras. A falta de espaço para as especificações no cartão significa que a user story deve ser refinada e dividida em outras tarefas.

Os story cards devem ser criados a partir das seguintes informações:

  • Story ID: número identificador único para cada história;
  • Nome curto, objetivo e claro;
  • Descrição, a ser preenchida segundo o seguinte critério

Quando __________ (situação), eu preciso/quero/devo
__________ (motivação) de modo a que seja possível __________ (resultado) .

  • Nível de prioridade da história;
  • Estimativas de dinâmicas como a planning poker;

Planning Poker

A Planning Poker é uma técnica utilizada para estimar o esforço de trabalho de uma equipa na realização das tarefas de um sprint. As estimativas são baseadas no consenso da equipa, equilibrando as opiniões para minimizar os riscos das entregas.

A definição da Planning Poker ocorre através de uma espécie de jogo. Nele, todos os membros da equipa avaliam o esforço que julgam necessário para a realização de determinada tarefa, sempre das menores para as maiores.

Com base numa dimensão relativa, a cada tarefa estimada os membros da equipa defendem o motivo do “chute”. No final da Planning Poker, é possível obter uma média realista do esforço de trabalho necessário para a equipa cumprir as tarefas.

Casos de sucesso

  • Analytics para criar um indicador de fraude nos pedidos de reembolso de saúde para uma das maiores companhias de seguros da América Latina

  • Agile Marketing: aumento de 115% das taxas de conversão de um programa de fidelização de retalho em apenas 4 semanas

  • Como as buyer personas ajudaram um grande banco a aumentar a sua rentabilidade em 20%

  • Como uma empresa global de telecomunicações se tornou líder de mercado no que diz respeito ao tempo de ativação de cartões SIM usando o Design Thinking

  • Intra-empreendedorismo: Envolvimento dos funcionários no processo de inovação empresarial

  • Companhia de seguros utiliza a Inteligência Artificial e Cognitiva no Serviço de Apoio ao Cliente